Acordei meio nauseada naquela manhã de sábado, a princípio achei que fosse culpa de meus pesadelos que por sinal estavam cada vez mais freqüentes.
Mas a náusea foi ficando mais forte, começaram a surgir dores e meu corpo foi ficando pesado.
Lutei contra mim mesma tentando arrastar o meu corpo ate o pequeno armário da sala, de onde tirei um frasco de analgésicos.
Esperei pacientemente a dor e a náusea passar.
Passei o dia todo tomando remédios contra as dores que surgiam aqui e ali.
Ao entardecer sentia-me meio tonta, então dirigi-me ao meu quarto,onde me deitei.
Minha irmã estaria fora o dia todo e provavelmente a noite também, o mínimo que e deveria fazer era ficar deitada esperando a tontura passar.
No entanto, depois de algum tempo ouvi o tilintar de algumas chaves.
Levantei-me com um pouco de dificuldade e dirigi-me até a porta.
Fiquei surpresa ao ver Takumi entrando com um molho de chaves familiar na mão.
-O... O que faz aqui?-Disse com dificuldades de me manter em pé.
-Você esqueceu suas chaves comigo. -Ele balançou o molho e depois o deixou na mesa ao lado da porta.
-Como sabia onde eu morava?-coloquei minha mão sobre meu rosto e o curvei tentando minimizar a dor que teimava em surgir.
-Tenho minhas fontes- Ele sorriu, mas logo me pareceu ficar preocupado.
Não consegui ver muito além.
Senti minhas pernas cederem e não sentir mais nada além de algo quente me segurando.
Abri meus olhos com dificuldade graças à luminosidade.
-O que houve?-Perguntei tentando me situar no tempo e espaço.
-Você desmaiou e eu te trouxe para o seu quarto- Seu rosto mantinha uma expressão seria- O que andou tomando hoje?
-Alguns remédios para a dor- disse meio ofegante sentindo meu corpo esquentar.
-Você não pode tomar tantos remédios de uma vez só- A expressão começou a ficar preocupada.
-C... Calor-não conseguia controlar o que falava, simplesmente soltava as palavras sem calcular o melhor modo para dizê-las.
-Ta... Takumi... Está calor- murmurava enquanto tentava tirar minhas roupas.
Ele me fitou serio, não estava me insinuando para ele, e mesmo que tivesse não era eu mesma... Apenas meu corpo totalmente sem controle.
Ele sorriu.
Não poderia ser... Ele não faria aquilo comigo... Ou faria?
-Você é realmente irresistível Kaoru- ele segurou uma mão em meus quadris e a outra em minhas costas.
No momento em que achei que ele ia fazer algo ele me virou e me enrolou no edredom.
-O... O que está fazendo?-gritei sem medir meu tom de voz.
-A Kaoru foi uma menina má- Sorriu brincalhão mas depois virou um sorriso sereno- Vai ficar assim quieta e aquecida até o efeito colateral do remédio passar.
Com o passar do tempo meu corpo foi voltando ao estado normal.
Na manhã seguinte já estava melhor.
Assim que consegui me livrar das cobertas procurei-o pela casa.
Ele não estava mais lá, apenas um bilhete escrito:
Cuide-se.