sexta-feira, 26 de agosto de 2011

13º Capítulo

O suave gosto da vodka e um doce inebriante inundaram meus lábios me deixando em um êxtase profundo.
Aquela estranha mistura juntamente com o cheiro forte do Azzarro era delirante.
Fui despertada dos meus devaneios quando suas mãos gélidas quebraram a barreira que minha roupa fazia entre elas e meu baixo ventre.
Lutei contra mim mesma para despertar daquele transe.
“Ora essa Kaoru, não é tão difícil. Basta empurrá-lo... Vamos lá! Anda!”
Seus lábios passaram a explorar o meu pescoço então aproveitei para me manifestar.
- Ta... Taku... – Sem sucesso, minhas palavras estavam mais para sussurros.
Respirei fundo e empurrei seu corpo, não surtiu muito efeito mas ele percebeu e se afastou.
Ficamos num silêncio constrangedor por longos e tenebrosos minutos.
- Bem... – Quebrei o silêncio um pouco hesitante – E... Eu acho... Eu preciso ir para casa.
Ele não se moveu, continuou sentado do outro lado do sofá olhando para o violão jogando no chão.
Peguei as minhas coisas e rapidamente deixei o apartamento, desci pelas escadas, não estava com paciência nem coragem para esperar um elevador.
Os clap clap’s que meus sapatos faziam ao bater no chão não me deixavam pensar. O que de certa forma era bom, eu sabia que qualquer coisa me lembraria aquilo.
Em pouco tempo as escadas passaram a ser um liso chão de mármore e o mármore passou a ser calçada.
Estava tão atordoada que nem notei para que direção ia, e quando dei por mim não fazia idéia de onde estava.
- Black Jack! – Aquilo me deu uma estranha sensação de alívio e tensão.
- Black Jack! – A voz chamou novamente.
- Kaoru – Dessa vez soava preocupada e triste.
Virei-me para o rapaz dentro do carro que mantinha um olhar vago.
- Eu te levo para casa.
- N... Não, eu me viro.
A expressão preocupada deu lugar a um sorriso debochado.
- Você não vai conseguir.
- Por que? – O encarei.
- Não vai agüentar, a estação de metrô mais próxima é a 5 km daqui.
- Você esta me subestimando.
Ele estava certo, de fato, eu não agüentaria. Mas achei melhor contra dizê-lo.
- Ok, mas eu vou acompanhá-la, quero ter certeza que a sua teimosia não vai te levar à exaustão.
Teimosa? Agora fiquei ofendida!
- Olha aqui seu... – Fui interrompida pela súbita aproximação de alguns caras estranhos.
- E aí gatinha! “Cê” tá afim de sair? – Disseram me encarando.
- Não, ela não quer! – Takumi praticamente rosnou de dentro do carro.
- E quem é você para dizer o que eu quero ou deixo de querer? – Fiquei incomodada com sua intromissão, eu poderia me defender sozinha! Ou não...
- Ok... Então responda. – A tensão não havia saído de seu rosto, mas sua voz parecia um tanto irônica.
- Não! Eu não quero sair com vocês! – Não medi as palavras nem o tom de voz com que falei com os caras que, certamente, eram perigosos.
- Ora sua... O que pensa que somos? – Um deles fez um movimento com o punho a tentar me dar um soco.
Mas antes a porta do Genesis abriu batendo na parte de baixo dos dois, fazendo-os gemer de dor.
- Rápido entre! – Takumi me puxou para dentro do veículo não me dando outra opção.
Suas mãos estavam tensas no voltante, como se quisesse amassá-lo.
- Por favor... – Sua voz misturava um pouco de medo e preocupação – Não faça mais coisas impensadas como esta!
- Desculpe...
A viagem toda foi silenciosa.
Minha irmã não estava em casa.
Bom!Precisava ficar a sós com os meus pensamentos.

terça-feira, 19 de julho de 2011

12º Capítulo

- Estou atrasada?- Perguntei a Youko sentando-me.
- Muito... - Ela respondeu enquanto bebia uma generosa caneca de cerveja.
- Desculpa, é que houve uns imprevistos. – Sorri meio sem graça.
- Youko?- Uma voz masculina veio de trás de mim. - O que faz aqui?
-Ah, Jun! Hoje estamos comemorando o lançamento do novo single, quer se juntar a nós?Todos vocês – Depois que falou a ultima frase ela olhou para mim e depois fez um gesto para que eu olhasse para trás.
Olhei.
-AH!- gritei ao ver quem estava sentado no outro lado da mesa. –  
Me... Meninas... Eu acho que eu já vou. - depois disso me levantei para ir embora.
Mas antes que pudesse dar um passo Lissa me puxou para baixo, me fez sentar no meu lugar e sussurrou:
- Não vá dar uma de covarde agora! Fale com ele e acabe logo com isso.
Assenti com a cabeça e fui em direção dele ainda um pouco hesitaste.
- Herm... Takumi...
-Ah! Kaoru! Estava mesmo querendo falar com você, sente-se aqui.
Sentei-me e então ele envolveu meus ombros com um de seus braços e começou a falar:
- Eu quero que você me espere na frente do Jonny’s  às 11h 59 min e 59 seg
- O que? Por que eu faria isso?- fite-o assustada.
- Porque você perdeu a aposta, você poderia ter ganhado se não tivesse saído correndo.
E o que ele queria que eu fizesse? Mas de fato, eu tinha uma aposta a pagar.
-Ok.
- Só que tem uma condição, você tem que ir sozinha.
- Certo- respondi
-E tem outra condição, você não pode ser atrasar
- Ok
-E tem mais uma condição...
“Nossa para que tantas condições?”- Pensei intrigada
 -Eu não sei mais o que falar então não tem mais condições.


Eram exatamente 11h 59min e 59 seg. ele não tinha o que reclamar.
Foi então que ele parou o carro há alguns metros de mim e começou a gritar
-Black Jack!- Olhei para o carro e depois olhei a minha volta.
E ele voltou a gritar:
- Vamos Black Jack!
-Por que você ta gritando o nome de uma bebida na rua?- Perguntei aproximando-me do carro."Esse cara tá bêbado?"
- Entre logo no carro, não podemos ficar paquerando no meio da rua ou vamos chamar a atenção da mídia.-certamente ele estava bêbado.
- E ele acha que ficar gritando Black Jack como um louco não vai chamar a atenção da mídia... E quem disse que nós estávamos paquerando?- murmurava esbravejada enquanto entrava no carro.
-Aonde quer ir?- Ele perguntou sem tirar os olhos da rua.
- Escolha você, todos os lugares que eu escolho você dá um jeito de falar mal- Disse lembrando-me do dia em que fizemos o encontro teste.
- Se é assim...

-Pode entrar – Disse adentrando o apartamento.
-Por que seu apartamento?- perguntei entrando do local.
- Porque não consegui pensar em um lugar melhor, vou fazer o jantar... Gosta de Cury?
- S...Sim... Sentei-me no sofá e peguei o violão que estava ao meu lado.
-Sabe tocar- Takumi apareceu limpando as mãos num pano.
- Não exatamente... Sou meio boba então não aprendi a tocar muito bem,e o pouco que aprendi devo ter esquecido tudo, deve ser por isso que toco bateria...
- Quer que eu te ensine?
- O que?
-Se quiser...
-Ah, sim... Pode ser...
Ele sentou-se ao meu lado colocando suas mãos sob as minhas.
- Primeiro você coloca a sua mão aqui e aqui e empurra para baixo, agora toque.
Dedilhei sob as cordas e o som saiu perfeitamente.
- Esse é o E menor
- Que legal! - Encarei-o impressionada e ele retribuiu com um sorriso.
- Agora toque enquanto segura aqui e aqui.
Toquei novamente
- Esse é o A com sei lá o que...
- A com sei lá o que?- Perguntei sorrindo.
- É... Ou algo do tipo – Ele respondeu coçando a cabeça e fazendo uma cara engraçada me fazendo rir docemente.
Não demorou muito e  voltou a colocar as mãos sob as minhas , mas dessa vez ele também pôs sua cabeça nos meus ombros.
Senti sua respiração quente e suave tocar o meu pescoço, meus pelos eriçaram.
Involuntariamente virei meu rosto para sua direção e lentamente ele aproximou seus lábios aos meus.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

11º Capítulo

Caminhando em direção ao estúdio admirava a manhã e como ela estava mais bonita.
“Que dia maravilhoso de verão! Ah! como eu amo o verão!”
-Good morning!- Youko interrompeu meus devaneios seguida pelas outras integrantes da banda.
A cantora estendeu a mão e olhou atentamente para ela falando de modo sério
-Hoje, marquei um compromisso muito importante para nós.
Olhei para o mesmo local que ela, curiosa, e as outras meninas sorriram.
-Teremos um encontro com alguns garotos lindos!- seus olhos brilharam intensamente.
-E eu vou me encontrar com o meu Kuuga!- minha irmã completou feliz.
- Ok- respondi, causando uma certa surpresa nas minhas amigas.
-O que?- Mari ficou intrigada
- Normalmente você fala “eu passo”.
-Não, ela fala “eu passo”- Concertou Hikari fazendo uma voz estranha.
-É só para ficar quieta lá certo?- cruzei os braços.
-Ok, então vamos para que possamos por em prática nosso projeto “NYAH”!- Youko levantou a mão de forma a comemorar e saiu saltitante.
Todas se entre olharam e perguntaram ao mesmo tempo
-Projeto “NYAH”?

As 19h00min, estávamos prontas para ir ao festival, exeto por um pequeno detalhe.
-Cadê eles?- Hikari perguntou esbravejada.
-Bem, de fato eles não são muito pontuais, mas...
-Ah!- Lissa as interrompeu e apontou para a rua- Eles chegaram!
De um carro preto desciam cinco meninos de uma beleza inigualável.
-Não disse, valeu a pena esperar.
Kuuga beijou a mão de Lissa e disse como um verdadeiro gentleman:
-Desculpe-nos, a demora, mas é que nosso amigo jun teve um pequeno problema.
-Está perdoado- Ela sorriu.
- Mas que falta de educação a nossa- Um dos outros rapases se manifestou- Permita-me apresentar-nos. Ookura Kenji ,e os outros são Shiine Jun, Takematsu Hiro, Matsumoto Kuuga e Yabuki Takumi.
“Ah! Que belos nomes... Espera! Yabuki T..Taku.. não pode ser!”
Olhei para o lado e vi o alien estúpido olhando distraidamente para o nada.
-O que você faz aqui?- gritei desesperada.
-Boa noite para você também Kaoru- ele sorriu sem preocupação.
-Bem, vamos logo antes que o festival acabe- Lissa nos interrompeu antes que houvesse uma explosão cósmica entre nós.

Seguimos em casais pelo festival.
Estava tudo muito lindo e bem decorado, estaria muito bem se não fosse pelo meu par.
Por causa das minhas distrações acabei percebendo que nos perdemos de nossos amigos.
“S...Sozinha com isso daí... Que calafrio!”
Foi então que as coisas pioraram.
- Lindo casal, gostaria de participar de um jogo?- um dos responsáveis pelo festival nos abordou- é muito simples basta vocês não soltarem suas mãos durante todo o percurso.
- N... Nós não somos um Ca...- tentei explicar.
-Aceitamos. –fui interrompida por ele
-O que...O que você quer com isso?
-Você não viu o prêmio? Comida a vontade e de graça. Mal posso esperar! Quero comer todos os takoyakis e tempurás que conseguir.
Não sabia que ele gostava tanto de comer.
- Mas não somos um casal, e se tivermos que... - senti um calafrio terrível, e nem consegui terminar a frase.
-Então, farei com que se apaixone por mim.
- O que?
Antes que pudesse raciocinar ele segurou na minha mão e saiu correndo.
-Me solta! Isso é inaceitável!
Ele sorriu, parecia ter tudo sobre controle.
-Então vamos fazer uma aposta, se ganharmos esse jogo comeremos takoyaki a vontade mas se perdemos você terá de ser minha por um dia.
Eu não era de recusar apostas, muito menos de perdê-las.
-Ok, você tem poucos minutos... Me impressione.- Ele me encarou após olhar o relógio.
O jogo havia começado.
- O objetivo do jogo é chegar ao centro do festival passando por todas as barracas que tiverem um coração pendurado, em cada etapa vocês receberão uma medalha, o primeiro casal que chegar deverá fazer o grande desafio e só assim ganhar o prêmio final.
E a primeira faze é.... O jogo de cartas!
O casal tem que terminar de organizar as cartas desarrumadas em cima do balcão.
Comecei a arrumar as cartas com toda a velocidade que tinha.
“Não posso perder, não quero ficar um dia inteiro com ele... Ele me dá calafrios!”
- Não vou perder!
-Ka...Kaoru... você está assustadora.

-A segunda faze é... O super Ramén.
Apenas uma pessoa do casal deve comer todo o ramém extra grande preparado por nossas queridas cozinheiras. Mas devemos lembrar que essa faze só será válida se o participante conseguir comer TUDO.
- Q...Quando eles falaram EXTRA grande... eles não exageraram- disse abismada com a quantidade de comida.
-Então... ITADAKIMASU!( estou pronto para comer)
“ ele também tem uma EXTRA fome”

-A terceira e ultima faze é... Ache a sorte.
O casal deve entrar numa piscina cheia de balões e encontrar aquele que está escrito “sorte!”, e depois estourá-lo.vocês tem apenas 1 minuto para essa prova.
- Bem... Isso é impossível, são muitos balões, talvez seja melhor desistir.
-O que você está falando, você não quer tanto o takoyaki? Não deveríamos ao menos tentar?- disse enquanto procurava o balão.
-Ah! Ach...- a palavra não saiu dos meus lábios quando vi aqueles olhos verdes tão lindamente serenos.
- Takumi, preste atenção! Temos um limite de tempo!- voltei a mim.
-De fato- ele sorriu- Vamos estourar!

Corri com todas as minhas forças.
-Vamos, rápido, ou não ganharemos o takoyaki.- falava meio ofegante.
 Quando subimos no palco fiquei tão aliviada...
 -Não sejam tão precipitados jovens... ainda tem o grande desafio.
Vocês devem dar um beijo de amor verdadeiro na frente de toda a platéia.
"Que coisa mais clichê esse negócio de beijo do amor verdadei... Pera aí... BEIJO!?"
Fiquei em pânico, não poderia beijá-lo.
Mas antes que pudesse me manifestar Takumi puxou meu queixo contra si e tocou seus lábios nos meus.
“N...Não, Isso não está acontecendo!”

sexta-feira, 17 de junho de 2011

10ª Capítulo

“Vai chover”- Foi a primeira coisa em que pensei ao ver o céu acinzentado assim que saí do supermercado.
-Bom, espero que ao menos eu consiga chegar em casa- Murmurei com os meu botões.
-Kaoru!-Uma voz infantil chamou minha atenção.
-Shhh!Rika!-Abaixei-me para receber o abraço apertado da pequena- Não grite meu nome no meio da rua, podem me perceber.
-Desculpe-me - Afaguei seus cabelos e sorri, depois respondi serenamente:
-Está tudo bem.
Rika era um a menina que encontrei uma vez na rua.
Uma pequena órfã que deu na cabeça de me seguir, no final das contas acabamos nos tornando amigas e logo depois ela foi adotada por uma conhecida que queria ter filhos.
- Que tal brincarmos um pouco no parque?
Ela deu um sorriso de orelha a orelha e gritou:
- Vamos! Quero brincar de “casinha”! Eu posso ser a mãe Kaoru?
Assenti com a cabeça sorridente.


-Não sabia que você tinha uma filha. - Takumi se aproximou com um sorriso no rosto que de certa forma escondia um ar de curiosidade.
-E não tenho- Respondi encarando aquele "SER" que se aproximava em passos calmos.
-A Kaoru me encontrou na rua e me apresentou para a minha mamãe...
Graças a ela, Agora eu tenho uma família.
A menina me deu um sorriso fofo, não sei se foi imaginação minha mas ele pareceu sorrir também.
Abri a boca para agradecer as belas palavras, mas antes que pudesse dizer algo, meu celular tocou.
-Alô?- Meus olhos marejaram e meu coração começou a palpitar feito um louco assim que ouvi aquela voz.- Hatori?
-Kaoru... Preciso falar com você... Preciso falar o por quê de eu tê-la abandonado.
Aos poucos fui me afastando das pessoas que me esperavam no parquinho.
-Eu não podia mais suportar manter esse segredo- Ele continuou- Há três anos, quando terminamos, não foi por não gostar mais de você, foi por que eu engravidei uma garota.
Mas agora... a criança já está crescida! Podemos voltar Kaoru! Vamos morar juntos!
Fiquei pasma mais com a volta repentina do que com a história.
-Desculpe-me -Minhas palavras eram tremulas, mas estava certa do que tinha decidido.
-Hatori, eu realmente te amei e sofri muito quando você partiu, mas agora está tudo tão diferente... Mesmo assim, obrigada por ter me dito a verdade... Adeus.
Respirei fundo e enxuguei as lágrimas.
-Dar um fora por telefone? Que crueldade!- Takumi se aproximou e enxugou algumas lagrimas que ainda teimavam em cair.
-Você ouviu?
-Um pouco...Sabe, você me lembra um gato que peguei na rua uma vez, seria Sado ou Yousuke...- Ele fez um ar pensativo.
-Hahaha! Ambos são lutadores de sumo- Troquei as lágrimas por um sorriso gostoso.
-Ótimo! Você fica muito mais bonita sorrindo.
-O que?- Fiquei surpresa.
- N..Não! São só palavras que a Rika diria numa situação dessas.
-Ah...
-Agora vamos... Vai chover e não quero ser culpado por você pegar um resfriado.
Sendo palavras da Rika ou não, fique feliz por ele tê-las dito.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

9º Capítulo

- O que!? Quer que eu saia com você?- Assenti com a cabeça.
-É para recompensar o colar que você me deu... Veja apenas como um consolo já que você não tem namorada.- Dei-lhe um sorriso vitorioso mas fiquei pasma com sua resposta.
Ele sorriu o sorriso mais sacana e maldito e ao mesmo tempo delirantemente lindo da face da terra e depois respondeu calmamente:
-Então, façamos um teste.
-Teste?
-Sim,uma espécie de jogo, vamos sair hoje e eu vejo como é, se me divertir eu saio com você se não você não passou no teste.
Que cretino! Bem não tinha outra escolha, afinal eu já o havia convidado, o jeito era aceitar, até por que era só mais um teste.

Levei-o primeiramente a um restaurante, era o meu favorito.
-O que achou desse restaurante, o presunto Ibérico é bom não acha?- disse tentando ser simpática.
- Ah! É legal, mas já estive em lugares melhores. - Ele parecia estar bem entediado.
Segurei-me para não dar uma bela resposta.
Logo após o almoço nada cômodo levei-o para um net café.
-Gosta de mangás?- fiz a minha expressão mais simpática possível.
-Não muito.- ele continuou com a expressão entediada.
OK agora ele já estava abusando!
Em seguida levei-o para uma loja de roupas.
-E das roupas?quer levar alguma?
-Não... Não gosto de lojas populares.
Naquele momento ele havia passado de todos os limites.
-Olha aqui... - não pude terminar a frase quando ouvi alguns berros de meninas.
Mal me virei e vi várias fãs loucas atrás de mim parecendo animais sedentos por sangue.
- Eis o motivo para eu não gostar de lojas populares. - sussurrou para que só eu pudesse ouvir.
- No momento temos que despistá-las.
- E como faremos isso?
-Ainda não sei, mas... - antes que eu pudesse pensar em algo já estava sendo puxada para longe do imenso grupo de fãs.
Após alguns metros paramos para descansar.
- Nunca vi fãs tão estranhas- Comentei meio ofegante
- Claro são minhas fãs – Ele me olhou de um modo meio narcisista.
- E quem garante que não são minhas fãs?
- Ora, simples, ela pareciam querer comer você. Talvez achassem que fosse minha namorada.
-Enfim, não importa- Tentei não continuar aquela conversa, que estava tomando um rumo meio estranho.
-O que vamos fazer agora?- ele mudou de assunto- Já está anoitecendo.
Foi aí então que tive uma grande ideia.
Aquele era o meu lugar favorito, um pequeno campo aberto cheio de flores com um rio calmo ao final.
-O que é aqui?
-É o meu Lugar, desde o ensino médio eu venho aqui para ver o por do sol... é o melhor do mundo!
Ficamos lá sentados na grama vendo cada pedacinho do sol desaparecer no horizonte distante.
-Herm... – Corei ao ver seus olhos verdes tão próximos.
Mas logo consegui falar.
- Você se divertiu?
Ele deu um sorriso e respondeu:
- Creio que não.
GAME OVER
Bem... se eu quiser ganhar, basta jogar novamente.
Prepare-se Takumi!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

8º Capítulo

O quarto era de um tom alaranjado com paredes enfeitadas por pequenas flores vermelhas.
Na parede à esquerda tinha uma varanda que dava para um jardim muito tranqüilo e no chão se encontravam dois colchões muito próximos.
Aquilo me deu calafrios, era medonho apenas pensar que eu iria dormir no mesmo quarto que ele.
-O que foi? Está com medo de mim?
Virei-me de súbito, aquele sussurro fez com que todos os pelos do meu corpo se arrepiassem.
-N.. Não é medo- pausei por uns instantes até que minha voz se estabilizasse- Só estou com um pouco de receio de dormir no mesmo quarto que você.
-O que você acha que eu sou?- ele franziu o cenho
- Um monstro pervertido que abusa de garotas inocentes.
Ele riu e colocou suas malas em cima de um dos colchões.
-Vou para as fontes termais- ele disse sorrindo ao mesmo tempo que passava pela porta, onde estava parada.- Quem sabe mais tarde não possamos aproveitar juntos?
Ele estava se aproveitando do que eu disse para me irritar, que ódio!
Estava certa que iria ignorá-lo o dia todo.

-O que está achando deste dia dos namorados?- minha irmã perguntou se aconchegando entre as pedras quentes e úmidas.
-O mesmo de sempre, o seu namorado acerto no seu presente de novo- entrei nas águas quentes com um olhar vazio.
-Você ainda não o esqueceu?- ela me olhou preocupada e depois bateu as mãos na água - Maldito Hatori!
-Não o culpe- disse tentando amenizar sua raiva – Prefiro manter minhas boas amizades a fazer parte de um relacionamento mal sucedido. Não sinto mais nada por ele, acredite!
Ela ficou em silêncio por alguns instantes e acabou mudando de assunto.
-E o que está achando do Takumi?- ela sorriu com cara de quem queria saber tudo.
-Ele é irritante- respondi seca
-Depende do ponto de vista.
-Do MEU ponto de vista ele é irritante. - dei uma bela ênfase na frase.
-Está bem, não falo mais nada, afinal viemos aqui para relaxar.


Voltei para o quarto ao cair da noite e aproveitando que Takumi ainda não havia chegado arrumei minhas coisas e tomei um belo banho.
Passaram-se muitas horas e ele ainda não havia chegado, comecei a ficar preocupada então sai pelo hotel atrás dele.
Não foi uma boa idéia, era pavoroso ser a única a passar por corredores desconhecidos e escuros.
Estava quase chegando no hall quando ouvi alguns barulhos e uma mão segurando meus pulso, por impulso peguei o celular que estava no bolso da calça e apontei para a pessoa que me segurava.
Depois de um tempo abri meus olhos marejados para ver quem era.
-Takumi?
Sua face demonstrava uma mistura de pavor e preocupação, então instantes depois eu estava sendo abraçado por ele.
- D..Desculpa- ele murmurou quase num choro – Não era minha intenção te assustar.
 Respirei fundo e enchuguei as poucas lagrimas do meu rosto.
-Bem... já que eu te encontrei, é melhor irmos para o quarto.
-Não! Espere! Preciso te entregar uma coisa.
Ele me puxou para jardim e me entregou um pacote.
De lá tirei um lindo colar com uma rosa de ouro como pingente.
-Aceite, não como presente de dia dos namorados, apenas aceite.
Sorri e peguei o presente
- Aceite como um consolo já que você não tem namorado.
- Ora seu... GRANDE IDIOTA!
Ele pegou o colar da minha mão, colocou em meu pescoço.
- Deixe- me coloca-lo em você...- minhas bochechas avermelharam.
"Esse cara... Nem percebe o que está fazendo."

sexta-feira, 13 de maio de 2011

7º Capítulo



-Ótimo, Dia dos Namorados- arfei entediada.
Não gostava dessa data, talvez por que meus namoros não durassem tempo suficiente para ganhar algo nesse dia, ou ainda, por que era desesperador ver aquele monte de corações e caricias melosas por todos os cantos da cidade.
Eu realmente não me importava de ser a única pessoa na rua que não andava acompanhada de um namorado, estava tão acostumada a não ter um, que desisti de ficar triste todos os anos em que eu passava sozinha.
Até mesmo minha casa ficava diferente no dia dos namorados, repleta de flores, ursos de pelúcia e balões, mas naquele dia foi diferente.
-O que houve esse ano?- Perguntei brincando- O Kuuga resolveu não te dar nada?
-Muito pelo contrário, ele me convidou para ir às fontes termais- ela deu um sorriso de meter medo- E você vem junto.
-Eu? Porque eu?
- Vou precisar de companhia nas fontes femininas, e quem melhor do que a minha irmãzinha?
-Sem chance!
-Por favorzinho?- revirei os olhos.
-Ok! Mas ó por que eu sou uma boa pessoa!
O tal dia da viagem chegou, Kuuga havia alugado uma vã para nos levar até as fontes.
A tal vã  possuía dois bancos extensos em cada extremidade da mesma,  um de frente para o outro.
Levei um susto ao ver Takumi sentado lendo serenamente um livro de bolso.
-O que faz aqui?-perguntei surpresa
- O mesmo que você.- ele não parecia mudar de expressão apenas me encarou e voltou a dar atenção ao livro que lia.
Coloquei meus fones de ouvido e concentrei-me em apenas olhar as manchas acinzentadas que aos poucos foram se transformando em verdes.
Em pouco tempo chegamos ao hotel onde existiam as fontes termais.
Sentei-me numa poltrona confortável, a qual se encontrava no hall do hotel enquanto esperava Kuuga pegar as chaves do quarto.
-Pessoal- ele estava bem sem graça- Tenho más notícias.
Só tem um quarto disponível além do que eu reservei para mim e para Lissa.
Vocês se importam de dividir?
- Por mim tudo bem- ele disse com a maior naturalidade existente na face da terra.
Era um absurdo! Mas não podia dar pra trás estando tão longe de casa.
-E você Kaoru- ele me olhou curioso..
Não disse nada, apenas assenti com a cabeça.
Não teria problema, não é mesmo, afinal eram apenas 2 noites.