sexta-feira, 20 de maio de 2011

8º Capítulo

O quarto era de um tom alaranjado com paredes enfeitadas por pequenas flores vermelhas.
Na parede à esquerda tinha uma varanda que dava para um jardim muito tranqüilo e no chão se encontravam dois colchões muito próximos.
Aquilo me deu calafrios, era medonho apenas pensar que eu iria dormir no mesmo quarto que ele.
-O que foi? Está com medo de mim?
Virei-me de súbito, aquele sussurro fez com que todos os pelos do meu corpo se arrepiassem.
-N.. Não é medo- pausei por uns instantes até que minha voz se estabilizasse- Só estou com um pouco de receio de dormir no mesmo quarto que você.
-O que você acha que eu sou?- ele franziu o cenho
- Um monstro pervertido que abusa de garotas inocentes.
Ele riu e colocou suas malas em cima de um dos colchões.
-Vou para as fontes termais- ele disse sorrindo ao mesmo tempo que passava pela porta, onde estava parada.- Quem sabe mais tarde não possamos aproveitar juntos?
Ele estava se aproveitando do que eu disse para me irritar, que ódio!
Estava certa que iria ignorá-lo o dia todo.

-O que está achando deste dia dos namorados?- minha irmã perguntou se aconchegando entre as pedras quentes e úmidas.
-O mesmo de sempre, o seu namorado acerto no seu presente de novo- entrei nas águas quentes com um olhar vazio.
-Você ainda não o esqueceu?- ela me olhou preocupada e depois bateu as mãos na água - Maldito Hatori!
-Não o culpe- disse tentando amenizar sua raiva – Prefiro manter minhas boas amizades a fazer parte de um relacionamento mal sucedido. Não sinto mais nada por ele, acredite!
Ela ficou em silêncio por alguns instantes e acabou mudando de assunto.
-E o que está achando do Takumi?- ela sorriu com cara de quem queria saber tudo.
-Ele é irritante- respondi seca
-Depende do ponto de vista.
-Do MEU ponto de vista ele é irritante. - dei uma bela ênfase na frase.
-Está bem, não falo mais nada, afinal viemos aqui para relaxar.


Voltei para o quarto ao cair da noite e aproveitando que Takumi ainda não havia chegado arrumei minhas coisas e tomei um belo banho.
Passaram-se muitas horas e ele ainda não havia chegado, comecei a ficar preocupada então sai pelo hotel atrás dele.
Não foi uma boa idéia, era pavoroso ser a única a passar por corredores desconhecidos e escuros.
Estava quase chegando no hall quando ouvi alguns barulhos e uma mão segurando meus pulso, por impulso peguei o celular que estava no bolso da calça e apontei para a pessoa que me segurava.
Depois de um tempo abri meus olhos marejados para ver quem era.
-Takumi?
Sua face demonstrava uma mistura de pavor e preocupação, então instantes depois eu estava sendo abraçado por ele.
- D..Desculpa- ele murmurou quase num choro – Não era minha intenção te assustar.
 Respirei fundo e enchuguei as poucas lagrimas do meu rosto.
-Bem... já que eu te encontrei, é melhor irmos para o quarto.
-Não! Espere! Preciso te entregar uma coisa.
Ele me puxou para jardim e me entregou um pacote.
De lá tirei um lindo colar com uma rosa de ouro como pingente.
-Aceite, não como presente de dia dos namorados, apenas aceite.
Sorri e peguei o presente
- Aceite como um consolo já que você não tem namorado.
- Ora seu... GRANDE IDIOTA!
Ele pegou o colar da minha mão, colocou em meu pescoço.
- Deixe- me coloca-lo em você...- minhas bochechas avermelharam.
"Esse cara... Nem percebe o que está fazendo."

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